O TRT Entrevista, programa veiculado na Rádio TRT FM, recebeu a presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso, desembargadora Adenir Carruesco, para falar sobre os projetos estratégicos implementados e dos avanços institucionais alcançados durante a sua gestão.
A entrevista foi ao ar esta semana e destacou o papel da Justiça do Trabalho na promoção da equidade racial, da inclusão social e da pacificação das relações de trabalho em Mato Grosso.
Confira alguns pontos de destaque:
Quais foram as principais conquistas da sua gestão?
Foram muitas conquistas, estou muito feliz com essa administração. Desde o início, nós definimos pilares claros para desenvolver a gestão, e um deles foi a comunicação. Buscamos nos aproximar tanto do público interno quanto do público externo para divulgar o que é a Justiça do Trabalho e a sua importância.
Não é possível um país se desenvolver com tantas desigualdades sociais se todas as pessoas não participam igualmente da sociedade e não se sentirem pertencentes. Mais do que julgar processos, a Justiça do Trabalho tem compromisso com a pacificação social e com a mudança de comportamentos.
Atuamos fortemente na mediação e na conciliação, porque, se a missão do Judiciário é a pacificação social, a conciliação é o método mais adequado, pois empodera as partes para que elas próprias construam a solução dos conflitos.
Outro projeto importante foi o Guidance. Trouxemos uma prática da iniciativa privada para o setor público, não com foco em lucro, mas em credibilidade e confiança. O Judiciário vive de confiança, e o Guidance trouxe mais transparência e previsibilidade para a sociedade.
O que representa ser a primeira mulher preta da carreira da magistratura a presidir o TRT de Mato Grosso?
O fato de chegar a esse espaço é muito importante, mas mais importante ainda é estender a mão. Quando uma mulher negra ocupa um espaço de poder e de tomada de decisão, ela diz, na prática: você também pode.
Eu sempre trago comigo a filosofia africana Ubuntu, que significa “eu sou porque nós somos”. Eu sou todas as mulheres negras, e todas as mulheres negras estão em mim. Ao ocupar esse espaço, represento a população negra, parda e preta.
Um dado que sempre menciono é que, apesar de eu ser a primeira mulher preta de carreira a presidir o TRT/MT, sou também a única juíza preta deste Tribunal há mais de 30 anos. Nunca ingressou outra juíza preta por concurso. Isso é muito significativo.
Como o projeto Justiça Ativa pela Equidade Racial foi implementado e quais resultados trouxe?
O projeto nasceu a partir do Pacto pela Equidade Racial no Judiciário, firmado por todos os tribunais do país. Mas um pacto, por si só, é uma carta de intenção. Nós entendemos que era preciso ir além.
Não bastava assinar e divulgar um documento. Precisávamos dizer à sociedade o que, de fato, faríamos em termos de equidade racial. Foi assim que nasceu o Projeto Justiça Ativa pela Equidade Racial (JAER). Dentro do projeto, estabelecemos várias ações concretas e diante disso, firmamos parceria com uma instituição privada reconhecida pela preparação para concursos da magistratura. A empresa disponibilizou 30 vagas gratuitas para a preparação de pessoas negras interessadas em ingressar na magistratura, como forma de responsabilidade social.
Qual a importância da sua participação na presidência do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho?
Foi mais um ganho dessa administração. Assumi a presidência do Coleprecor por aclamação. O Colégio reúne presidentes e corregedores de todos os TRTs do país e tem uma importância muito grande, porque é ali que se discutem políticas para toda a Justiça do Trabalho.
No Coleprecor, construímos soluções para problemas comuns, debatemos temas ligados ao mundo do trabalho e ao funcionamento do Judiciário. É um espaço estratégico de articulação nacional.
(Comunicação Social)