Advogado Previdenciário

Shows de hip-hop marcam encerramento do projeto “Partiu Aula” no Ceará – CSJT2

 

5/12/2025 – O projeto sociocultural e educativo “Partiu Aula TST”, uma iniciativa da Justiça do Trbalho que utiliza a cultura hip-hop como ferramenta estratégica para a erradicação do trabalho infantil e a promoção da aprendizagem chegou ao fim nesta sexta-feira (5). A atividade, que aconteceu durante toda a semana, foi encerrada com shows nos jardins da sede do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (CE).

Cerca de 400 jovens de escolas públicas e unidades socioeducativas de Caucaia e Canindezinho, no Ceará, acompanharam diversas apresentações.

O projeto

O Partiu Aula tem como propósito fomentar o combate ao trabalho infantil e incentivar o trabalho decente. Por meio de uma linguagem acessível e dinâmica, a iniciativa alcançou as comunidades com uma série de talk shows, oficinas criativas e as aclamadas batalhas de rima, disseminando direitos humanos, fortalecendo a cultura de paz e estimulando a reflexão sobre o futuro profissional dos participantes.

O rapper Rafa Rafuagi, que realizou as dinâmicas em cerca de 10 escolas cearenses durante a semana, também agitou a festa de encerramento do projeto, cantando raps e interagindo com a público presente, incentivando a participação dos jovens com rimas e também com perguntas sobre trabalho infantil.

Identificação e participação dos jovens

Segundo o professor Manoel Marcondes, da escola EEMTI Vicente Arruda,  “o testemunho do rapper Rafa mexeu demais com os alunos, ao permitir que vissem uma realidade igual à deles sendo transformadas”, disse. “A história de Rafa, que abordou as vezes em que precisou sair de casa devido à violência, gerou grande identificação e esperança entre os estudantes”, completou.

Essa conexão foi confirmada pela estudante Ana Sofia Silva Afonso. Ela descreveu a sociedade como “muito perdida” e disse que muitos jovens desistem da escola por questões financeiras ou de alimentação. “O projeto, ao usar o ritmo e a cultura do hip hop, consegue acesso aos jovens e tem o poder de mudar a cabeça de crianças e jovens de forma radical”.

Os jovens se engajaram durante todo o evento e os alunos vencedores das batalhas de rimas foram chamados ao palco para receberem certificados.

Cultura da localidade

Jovens do Canindezinho também tiveram espaço para entoarem seus próprios versos de rap, em que o público vibrou com a apresentação autoral, demonstrando o talento e o potencial catalisador do projeto.

Apresentações de rap e hip hop também foram feitas pelos grupos CGC, da Aldeia Hip Hop de Caucaia, e Ceará Rappers, em um show que também contou com dança.

Livros e computadores

Para além das discussões, o projeto entregou resultados práticos, como a doação de dez computadores para cada uma das escolas participantes e um carregamento de 2,6 mil livros, visando incrementar o parque tecnológico e garantir estudo com dignidade e conforto. 

A mobilização incluiu, ainda, uma audiência pública bem-sucedida na Câmara Municipal de Caucaia, onde entidades da rede de proteção puderam manifestar suas preocupações e apresentar sugestões de soluções.

Resultados do projeto

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Alberto Bastos Balazeiro, gestor nacional do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e de Estimulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho, reforçou que a iniciativa visa oferecer aos jovens um “horizonte de oportunidades” e incluiu a aprendizagem como um desses caminhos.

“A Justiça de 2025 não pode ser mais uma Justiça parada, aguardando que a demanda chegue”, disse. “É uma Justiça que deve ir aonde as pessoas estão, onde os problemas estão”, completou.

A presidente do TRT-CE, desembargadora Fernanda Uchôa, celebrou a união entre justiça, educação, cultura e juventude como forma transformadora de aproximar a Justiça do Trabalho da comunidade, especialmente dos jovens, por meio de uma linguagem conectada à realidade local. Segundo ela, o projeto ultrapassa o espaço institucional para alcançar “vidas, territórios e sonhos”.

Com informações do TRT da 7ª Região (CE)

FONTE: CSTJ

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