Reflexões de pensadores estoicos sobre autoconhecimento foram abordadas pela filósofa Lúcia Helena Galvão na palestra que marcou o encerramento do ano letivo da Escola Judicial do TRT/MT, nessa quarta (10). Durante a cerimônia, também foram apresentadas as metas de capacitação alcançadas nos últimos dois anos e lançada a 8ª edição da Revista Eletrônica da instituição de ensino.
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A abertura do evento contou com apresentação do pianista Antônio Vaz Leme, que emocionou o público com músicas clássicas. Em seguida, a diretora da Escola Judicial, desembargadora Eleonora Lacerda, fez um balanço da gestão. “Foram dois anos desafiadores e que me encheram de orgulho. Agradeço especialmente à equipe da Escola Judicial, pessoas fundamentais para os resultados atingidos”, afirmou a magistrada, que assumirá a vice-presidência do Tribunal nesta sexta (12). A direção da Ejud será assumida no próximo ano pela desembargadora Adenir Carruesco.
Além de magistrados e servidores da Justiça do Trabalho, o encontro reuniu representantes da Escola Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, parceira da Ejud em cursos e ações de qualificação. “O trabalho conjunto que temos desenvolvido reforçou uma visão integrada de justiça e de responsabilidade social”, destacou a diretora da Esmagis, juíza Henriqueta Lima.
Palestra
A filósofa Lúcia Helena destacou que os conhecimentos dos filósofos estoicos permanecem atuais, apesar da distância histórica. “A tecnologia evoluiu: saímos da biga para o avião. Mas o ser humano, em essência, continua quase o mesmo. Não precisamos inventar coisas, precisamos inventar a nós mesmos. Essa é a responsabilidade da nossa própria criação”, afirmou.
Ela falou sobre a concepção de felicidade apresentada pelo filósofo grego Epiteto. Para ele, a felicidade é um verbo. “A felicidade anda ao nosso lado, está debaixo dos nossos pés. É construída a cada momento e se revela na utilidade que nossas ações têm para nós e para as pessoas que tocamos”, disse Lúcia Helena.
Outro ponto enfatizado foi o papel do autoconhecimento para moldar o caráter. A palestrante propôs um exercício de reflexão: imaginar como gostaríamos de ser nos últimos meses de vida e que legado deixaríamos. “Isso é propósito: a construção dos valores que guiam nossa trajetória. Sem valores, não há certo ou errado que faça sentido, porque não há identidade.”
Em reflexões sobre o contexto social, a conferencista alertou ainda para o risco de sermos arrastados pela opinião do meio. “Não tenha medo de ser diferente. Nossas mães já diziam: ‘Você não é todo mundo’. Isso é pura sabedoria estoica. Homens que mudaram o mundo foram aqueles que ousaram ser diferentes.”
Ao finalizar a palestra, a filósofa deixou um convite à transformação pessoal. “Decida ser uma pessoa extraordinária e faça o que for preciso para sê-lo. E comece agora, neste momento, pois a procrastinação é o vício mais disfarçado que existe”, concluiu.
(Fabyola Coutinho)