25/11/2025 – O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ), por meio do seu Subcomitê de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, promoveu, nessa segunda-feira (24/11), uma visita institucional à Aldeia Indígena Mata Verde Mbya, localizada no município de Maricá.
Um grupo de 32 pessoas, formado por juízes(as), servidores(as) e trabalhadores(as) terceirizados(as) do TRT-RJ, conheceu aspectos do artesanato local, observou hábitos culturais da etnia Guarani e testemunhou conversas na língua originária. Próximo ao rio — de onde a aldeia retira grande parte dos alimentos consumidos —, os(as) visitantes conheceram o Instituto Nhandereko, criado para fortalecer o povo indígena local por meio da promoção da cultura, das tradições e das lutas políticas da comunidade.
Os(As) participantes também visitaram a escola indígena e a casa de reza, onde a comunidade realiza suas práticas espirituais e dirige suas orações a Nhanderu, divindade central na cosmologia Guarani.
Ao final da visita, o grupo compartilhou um almoço coletivo, aprendeu palavras e expressões em Guarani e, na despedida, participou de uma dança tradicional.
“Conversando para Conhecer”
Assim como a visita realizada ao Quilombo do Grotão no dia 7/11, a visita à aldeia faz parte do “Conversando para Conhecer”. Criado pelo TRT-RJ, o projeto foi um dos selecionados pelo Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade no âmbito da Justiça do Trabalho, por meio da abertura de um edital. O objetivo das visitas é promover a construção de uma visão de existência plural e diversa da sociedade brasileira.
O objeto do edital, lançado em fevereiro pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), foi a seleção de projetos que visem desenvolver ações com a finalidade de afirmar o compromisso contínuo com a busca da promoção da equidade de raça, gênero, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, etária e de pessoas com deficiência, bem como das demais dimensões da diversidade nas relações sociais e de trabalho.
Sobre a Aldeia Indígena Mata Verde Mbya
Situada em uma Área de Proteção Ambiental (APA), a Mata Verde Mbya, que ocupa aproximadamente 93 hectares, é uma comunidade da etnia Guarani, mas que também acolhe indígenas de outras etnias.
Atualmente, também residem na aldeia indígenas Guarani vindos da Argentina, além de membros de outras etnias, como o indígena Simba, originário da etnia Xukuru Kariri, que recebeu o grupo e conduziu toda a visita. Simba destacou que existem mais de 320 etnias indígenas no Brasil e explicou que os povos do grupo Guarani são tradicionalmente migrantes, guiados pela espiritualidade na busca das chamadas “Terras sem males”. Relatou, ainda, que a comunidade está em Maricá há aproximadamente 14 anos e que o território encontra-se em processo de regularização para reconhecimento como terra indígena.
A liderança geral da aldeia é exercida pela cacica Jurema Nunes. Além dela, há cinco lideranças, cada qual responsável por um tema específico — como educação, saúde, organização comunitária, entre outros — refletindo o modo coletivo e descentralizado de administração.
A aldeia já conta com uma escola indígena, que atende ao primeiro segmento do ensino fundamental, e a unidade em construção ampliará a oferta para o segundo segmento (6º ao 9º ano). Os(As) moradores(as) recebem a educação bilíngue, iniciando o aprendizado do português na escola a partir dos sete anos de idade.
Fonte: TRT da 1ª Região
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